Postado em 20/11/2025
Vevila Dornelles
Tempo de leitura: 5 min
Sempre que nós temos a oportunidade de contar mais sobre nosso trabalho na doebem, um aspecto fundamental que atrai a atenção é o rigor da nossa Pesquisa e Avaliação de Organizações, especialmente nossa rotina de trabalho de campo. Esta abordagem é central para garantir a sua doação eficaz. Acreditamos que nada substitui uma visita técnica presencial em seu papel de nos revelar as dinâmicas de implementação de uma intervenção, e as nuances da relação entre uma organização e seu público beneficiário, assegurando a transparência e o potencial de impacto social.
O trabalho da doebem tem levado nossa equipe de pesquisa a lugares extraordinários, onde a sociedade civil se levanta para gerar multiplicação de impacto a partir das comunidades. De 2022 pra cá, visitamos treze organizações eficazes espalhadas por todo o Brasil, aprofundando-nos em temas vitais como saúde visual, insegurança hídrica e alimentar, e doenças crônicas não-transmissíveis, e reforçando nosso compromisso de dar destaque às iniciativas com o maior potencial de doar com impacto, conforme a nossa priorização de causas.
As visitas técnicas presenciais ocupam uma função chave na metodologia de avaliação da doebem para intervenções. Finalizadas as duas primeiras etapas de coleta de dados (questionário e entrevista online), nossa equipe de pesquisa organiza uma matriz analítica para estudar a solidez institucional das organizações finalistas.
A partir daí, elaboramos um roteiro para esclarecer aspectos organizacionais e de intervenção in loco, partindo para o campo. Ali conhecemos de perto as paisagens impactadas por soluções efetivas intimamente ligadas ao seu território, sem nunca perder de vista as evidências de efetividade.
Como pesquisadores, temos um compromisso com a robustez dessas evidências. Esse compromisso se expressa na análise de custo-efetividade, método que nos permite aplicar os dados coletados e reforçados em campo para mensurar o impacto e comparar diferentes iniciativas e guiar nossas recomendações de doação. Para suprir esta necessidade, o trabalho de coleta e análise de dados é intenso.
No entanto, uma preocupação ética também guia a maneira como vemos e conduzimos as visitas técnicas: a de promover uma atividade colaborativa, ao invés de extrativa. Neste modelo, em que o dado não é simplesmente extraído como um recurso dos participantes em campo, a OSC avaliada e sua comunidade têm a oportunidade de se conhecer melhor, entender seus mecanismos de impacto e perceber oportunidades. Na doebem, nossa mentalidade é de aprendizado constante; em campo, nos tornamos aprendizes de organizações mais eficazes e comunidades que detêm a expertise de impactar problemas por elas conhecidos. Assim se faz um campo eficaz: uma troca de conhecimentos igualmente valiosos, com o objetivo de gerar o maior impacto possível.
Este modelo de colaboração e aprendizado mútuo se concretiza em cada visita de campo. É a partir dessa troca autêntica que conseguimos aprofundar nossa compreensão sobre a expertise local das organizações. Por exemplo, ao visitar projetos de combate à insegurança hídrica ou alimentar, não apenas coletamos dados, mas nos tornamos aprendizes das soluções eficazes que nascem do conhecimento íntimo do território. Vimos, em campo, a força da agroecologia e das hortas comunitárias urbanas, não apenas como "intervenções", mas como ecossistemas de impacto desenvolvidos por comunidades que detêm a experiência prática em resolver problemas como a fome em áreas degradadas. Da mesma forma, ao avaliar organizações atuando sobre Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DCNTs), a conversa com as equipes e beneficiários nos revela como as organizações mais eficazes atuam como parceiras estratégicas do Sistema Único de Saúde (SUS) preenchendo, de forma colaborativa, lacunas de atenção primária e gestão de cuidado complexo.
Assim, o campo eficaz da doebem é uma via de mão dupla: nosso rigor analítico se une à sabedoria da comunidade para co-construir uma avaliação de impacto de alto nível. Essa mentalidade de aprendizado constante não só reforça as evidências de custo-efetividade que buscamos, mas também garante que a nossa recomendação de doação seja profundamente enraizada na realidade e nas necessidades identificadas pelas próprias organizações e seus públicos, maximizando o potencial de cada real doado.
A jornada da doebem através do campo é a prova viva de que a doação eficaz não depende apenas da boa vontade, mas sim de um compromisso inabalável com a pesquisa e a evidência. Nossa metodologia de avaliação, que culmina nas visitas presenciais e na análise de custo-efetividade, é o que nos permite identificar e apoiar as organizações mais eficazes do Brasil. Ao buscar realizar um campo eficaz, transformamos cada visita técnica em uma colaboração, onde a experiência da comunidade se une ao rigor analítico para construir uma avaliação de impacto de alto nível. Este processo garante que cada real doado se concentre naqueles projetos que demonstram o maior potencial de multiplicação de impacto, assegurando que você possa doar com impacto e ter a certeza de que sua contribuição está, de fato, gerando o maior benefício possível para as causas mais urgentes do país.
Convidamos você a fazer parte deste movimento baseado em dados e a investir nas soluções efetivas que estão transformando o Brasil.